Podemos apostar no provisório ou no definitivo. Provisório é aquilo que passa, tem tempo limitado, se exaure em pouco tempo, é acidental. Definitivo perdura no tempo, vai comigo até o fim da vida, são valores que definem meu ser.
O sujeito chega à meia idade, ou um pouco além e se sente vazio. Sem amigos, família dispersa. Está aposentado e sente que falta algo. Analisa e concluiu que deu toda sua vida ao trabalho. Horas extras, viagens, reuniões, jantares, coquetéis. A multinacional lhe exigia o sangue, afinal as ações devem continuar subindo. A competição no ambiente corporativo é cruel. Ele era diretor. Resolveu matar a saudade e visitar a empresa.
Na recepção: Sim, o que era para o Senhor? Eu era Diretor, vim visitar. Ah, pois não. Recebeu um crachá de visitante. Passou nos setores onde trabalhava. Oi, você por aqui, como vai a vida. Sentiu frieza. Foi embora e concluiu. Eu era importante quando era diretor, agora não sou mais nada.
Apostei demais no provisório. Eu deveria ter equilibrado o jogo e ter apostado também, ou até mais no definitivo. Não apostei no relacionamento com minha família, ou muito pouco. Não apostei em estar junto com meus filhos enquanto cresciam. Não apostei na minha saúde, no meu eu interior, na minha espiritualidade, nos meus amigos.
Apostei todas as minhas fichas no trabalho, que sabemos ser importante, mas é provisório.
Sempre é hora de apostar e recomeçar a apostar em valores perenes, definitivos, como ética, moral elevada, família, saúde, em você. Afinal o eu, e a família são a base para o trabalho ser gratificante e não o contrário. Não se deixe vender pelo provisório para não ter a sensação de vazio no final.
A atitude é manter o equilíbrio e apostar mais fichas nos valores definitivos.
Tudo é uma questão de atitude.
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