Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, pela noite negra, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa.
Rubem Alves, do qual tirei o título, escreve sobre coisas simples e tira conclusões profundas. O poder do fogo pode vir de dentro ou de fora. De fora, por exemplo, perder um amor, um filho, pai, mãe, um emprego. De dentro: pânico, medo, depressão.
Podemos apagar o fogo. O sofrimento diminui. Com isso a possibilidade da grande transformação também.
Imagine a pobre pipoca, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Mas repente acontece. BUM. E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bem, temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa o que o jeito de ser delas. A presunção e o medo é a dura casca do milho que não estoura. No entanto o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
A atitude é deixar o fogo trabalhar em você.
A atitude é não permanecer piruá.
Tudo é uma questão de atitude.
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