Em todos os ônibus que andei havia música. Salsa, principalmente e em volume alto. Um dos serviços de ônibus do aeroporto para Caracas é do governo, portanto preço social e também com musica, a viagem sempre animada. Na maioria das lojas também música.
Perguntei vários jovens, menos de 25 anos, se vão votar no vermelho ou no azul. Meio a meio. Quando eu perguntava se achavam que as empresas estatais terão futuro e serão competitivas, prontamente respondiam que não, porque varias já quebraram e não são eficientes.
Usei bastante o metrô. Neste último dia, ao entrar na estação Bellas Artes, havia uma enorme fila, já na entrada. Um serviço de som anunciava que o sistema está lotado e que o acesso seria aos poucos. Quando chegou minha vez de entrar, para ir até os trens, outras filas. Quando chegou o trem, somente alguns conseguiram entrar porque estava lotado. Chegou o segundo trem e neste consegui entrar, porém a porta já estava fechando quando fui puxado e empurrado por alguém de fora para não ficar entalado. Eu estava com a mochila nas costas.
Comecei a perguntar se era normal. Sim, acontece com muita freqüência. Por quê? Porque existem mais de 40 vagões “rotos”, ou seja, estragados e por falta de manutenção e peças não estão em uso e por isto a superlotação.
Ai perguntei da falta de energia na capital. No início do racionamento, alguns dias houve racionamento também em Caracas. Foi um caos, não se conseguia chegar em casa depois do trabalho, porque os trens não funcionavam ,trânsito lento. Resolveram não racionar energia na capital.
Em alguns estados, são 23 na Venezuela, onde o Governador é do partido da situação, o racionamento são diferenciados, menos dias por semana.
Ler sobre o assunto, ouvir falar é uma coisa. Experimentar ser puxado e empurrado no trem para não ficar entalado e vivenciar as situações que o socialismo que o atual presidente da Venezuela diz ser a mesma coisa que comunismo, é outra coisa.
Acredite se quiser. Se não, venha conferir.
Tudo é uma questão de atitude.
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