Os alunos da quarta série estavam reunidos com a professora, que estava prestes a se aposentar, determinou uma de suas últimas tarefas.
Cada um deveria fazer uma lista, quanto maior possível, de coisas que não conseguia fazer.
E começaram.
Podia se ver que estavam escrevendo muito.Todas as frases começaram com:
– Não consigo chutar a bola de futebol em direção ao gol.
– Não consigo fazer divisões e multiplicações.
– Não consigo fazer que a Luiza gostar de mim.
– Não consigo fazer flexões.
– Não consigo comer um biscoito só.
A professora também escrevia:
– Não consigo trazer a mãe do Gustavo para a reunião dos professores.
– Não consigo fazer minha filha abastecer o carro.
– Não consigo fazer que o Ricardo use palavras em vez de violência física.
– Não consigo controlar meu orçamento, sempre gasto mais do que ganho e estou sempre no cheque especial.
No final do tempo determinado,a professora pediu que cada um dobrasse a folha e trouxesse para frente e colocasse na caixa de sapatos.
Aí, a professora com a caixa saiu e pediu para todos a seguirem. Buscou uma pá e começou a fazer um buraco no jardim. Todos ajudaram. Quando já estava grande, começou a cerimônia. Colocaram a caixa no buraco.
Queridos alunos, dêem-se as mãos, formem um círculo. Estamos aqui reunidos para honrar a memória dos “NÃO CONSIGO”. Enquanto estiveram conosco, nos tocaram. Foram mencionadas em todas as escolas, prefeituras, assembléias legislativas, empresas. Que os “não consigo” possam descansar em paz e que todos retornem para suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém.
Colocaram um cartaz na sala de aula com a frase “não consigo” para lembrar do dia do enterro. Quando havia uma recaída, alguém apontava o cartaz.
Faça o enterro simbólico dos seus “não consigo”. Faça um cartaz para lembrar e não ter muitas recaídas e sempre avante.
Porque? Porque tudo é questão de atitude.
Marcos Hans
(revisado em fevereiro de 2022)
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