Convivemos com todos os tipos de alarmes. Na casa, para avisar uma invasão ou erro de operação no sistema. No carro para saber que foi fechado, trancado ou evitar um furto. O celular para lembrar um compromisso. O sino da igreja local para lembrar hora da missa ou de rezar e a lista é grande. Bips para todos os gostos e para deixar qualquer um muitas vezes irritado, nervoso, stressado. Parece que se não ouvirmos um bip algo está errado. Perdemos nossa paz para a eletrônica moderna.
O episódio envolve um aranha céus construído na Nova Inglaterra, Boston. Nova Inglaterra, porque foi lá que os ingleses aportaram por primeiro no novo mundo. Pena que não vieram para o hemisfério sul. Durante a construção e mesmo depois de pronto, este aranha céus, com muito vidro, apresentava problemas de quebra dos vidros quando da mudança de temperatura. Como faz muito frio em Boston, as vidraças eram literalmente expelidas de suas esquadrias e se espedaçavam. As pessoas que caminhavam pela calçada eram atingidas pelos estilhados de vidro. Os homens de negócios do prédio que trabalharam em suas mesas, às vezes, se viam sentados a poucos centímetros do nada, fitando o vazio da altura da rua.
Os engenheiros e arquitetos se reuniram e a solução foi a instalação de um sistema de alarme em cada janela. Quando os vidros começaram a dilatar e contrair, sofrendo pressão, o alarme permitia o pessoal da manutenção fazer os ajustes tirando a tensão dos vidros antes que explodissem.
Qual é o seu alarme? O stress que acompanha cada ser humano, em não sabendo lidar com habilidade com ele, provoca quebras e explosões. Doenças, mortes prematuras, acidentes, brigas. O calendário tem seus naturais alarmes. Domingo é para descansar. Quem ainda trabalha no regime da CLT, tem a rigor trinta dias de férias por ano.
A pergunta é mais íntima. Qual o seu método para aliviar a tensão dos vidros, digo, do seu corpo antes que algo de mais grave aconteça? Espero que não seja quando seu médico manda caminhar e começar a fazer algum tipo de atividade física.
Aposto que o carro que você dirige recebe cuidado mais periódico, cuidando das revisões rigorosamente conforme o manual. Troca de óleos, inclusive antecipadas. É um patrimônio a ser cuidado e merece este cuidado. O maior patrimônio que eu e você temos, que cada um tem, é seu ser, seu corpo e por isto faço esta pergunta e lhe convido a instalar mais um alarme, mental, que se torne um hábito para que você seja mais feliz, alegre, contente e usufrua melhor ainda do seu tempo enquanto está aqui.
Por quê? Porque tudo é uma questão de atitude.
Marcos Hans (revisado em Fevereiro de 2022)
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