O Galo.
Todos os dias o galo cantava, logo após o sol surgia. As galinhas estavam acostumadas. Os pais ,avós e tatatataravós também viam o sol surgir depois do galo cantar. O galo ficou doente. O galo morreu e não cantou mais. As galinhas se desesperaram achando que agora o sol não iria mais iluminar o quintal delas. O sol continuou a surgir. As galinhas começaram a acreditar em outras coisas e as perceberem como certas a partir daquele acontecimento.
A pergunta é: em que coisas, regras, dogmas, paradigmas, períodicidades eu acredito sem mesmo ter questionado sua origem, sua atualidade, realidade, lógica ou conceito aceitável baseado no conhecimento perceptivo ou conceitual que tenho?
Ao aprofundar este assunto corre-se o risco de desmontar crenças consideradas absolutas, de ficarmos sem chão por um momento até formarmos novas crenças baseado então naquilo que agora sim podemos considerar verdadeiro, perene, a prova de desmonte. Pura ilusão. É um círculo vicioso. Jamais sairemos dele. Apenas nos confortamos
momentaneamente até atingirmos outro patamar e quando terminarem os patamares, quando estará quase na hora de ir embora, talvez digamos: sei que nada sei, ou quanto mais tento entender menos entendo, frases que lemos ou ouvimos outros famosos dizerem e aí nos confortamos por mais um instante.
E daí. Ou eu e você nos contentamos com o conhecimento perceptivo ou vamos um pouco além, ou muito além e paramos de fingir que entendemos esta existência ou então cuidemos com muito zelo para o galo nunca morrer ou ter vários substitutos.
Leia novamente e medite sobre o assunto.
Lembre-se no entanto, no final não sairemos vivos daqui, mas vale a pena entender melhor a própria existência.
Por quê? Porque tudo é uma questão de atitude.
De Roma-Itália 12/10/11
Marcos Hans (revisado em Fevereiro de 2022)